sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Ressentimento fatal

Patrícia estava em uma festa na casa de amigos. A festa estava boa, mas já estava quase no fim e ela decidiu ir embora com uma amiga. Despediram-se de todos e foram caminhando para casa às 11 horas da noite. No caminho Patrícia se despediu de sua amiga e continuou caminhando não havia muita gente na rua, pois aquele lugar era muito perigoso à noite.
De repente Patrícia ouviu três tiros, e viu dois homens saindo de uma casa. Ela correu e se escondeu. Assim que percebeu que não havia mais ninguém voltou para sua casa, pensou em chamar a polícia, mas o medo falou mais alto e disse para si mesma que nada havia acontecido, e mesmo que tivesse não era obrigação dela ajudar pessoas que não conhecia.
No dia seguinte, quando acordou e foi ver o noticiário descobriu que os homens eram assaltantes, e que por falta de atendimento uma mulher de 35 anos, um homem de 38 e uma criança de 12 tinham morrido. Com a consciência pesada Patrícia foi trabalhar e contou pra sua amiga Débora o que havia acontecido. Sua amiga a consolou e disse que provavelmente mesmo que tivesse chamado a polícia não adiantaria, porque os homens já haviam fugido e a família já estava morta.
Mesmo com o apoio da amiga Patrícia continuou se sentindo culpada, ela não saia mais com os amigos, evitava andar sozinha na rua, e passou seguir uma rotina: de casa pro trabalho e do trabalho pra casa.
Vendo o sofrimento da amiga Débora convence Patrícia sair, e a leva para uma festa. Na volta passam pela mesma rua onde Patrícia viu os assaltantes, mas dessa vez não os vê. Ela vê três pessoas ensanguentadas pedindo ajuda. Patrícia surta e implora que Débora ajude aquelas pessoas, mas Débora não vê ninguém. Patrícia insiste que esta vendo as pessoas, corre para ajudá-las, mas elas desaparecem, quando isso acontece Patrícia perde os sentidos e desmaia.
Rapidamente Débora a leva para o hospital, conta ao médico o que havia acontecido e ele da como diagnóstico um quadro de surto psicótico, no qual a melhor forma de tratamento eram consultas semanas com o psicólogo.
Quando Patrícia acorda Débora conta a ela tudo o que aconteceu, mas ela não acredita e se recusa a fazer o tratamento com o psicólogo. Depois de muita insistência concorda em ficar alguns dias na casa de Débora depois de receber alta.
Uma semana se passa, às 23:30 Patrícia acorda, vai a cozinha escuta três tiros e vê três pessoas caídas no chão. Ela surta novamente e quebra tudo que vê pela frente. Débora acorda assustada e tenta conter a amiga em vão. Patrícia sai da casa e começa a gritar pela rua, que a culpa era dela, que as pessoas morreram por culpa dela, que ela era uma assassina. Depois de correr até o final da rua perde os sentidos e desmaia.
Novamente no hospital o médico não vê outra alternativa a não ser internar Patrícia.
Um mês se passou, o tratamento de Patrícia terminou, e como último ‘teste’ levam Patrícia à rua onde viu os assaltantes. Chegando lá Patrícia não vê as pessoas mortas, ou escuta tiros, ela vê os assaltantes e começa a gritar.
A polícia é chamada e os assaltantes capturados.
Dois anos se passa a vida de Patrícia volta ao normal. Ela se casa, vai morar com o marido. Mas por uma infeliz coincidência, a casa comprada pelo marido é na mesma rua onde aconteceu o assalto que por muito tempo perturbou sua vida.
Mesmo aquele lugar lhe trazendo péssimas lembranças, ela decide ficar.
Patrícia viveu tranquila por mais cinco anos, se formou teve um filho e nada a fazia mais feliz. Até que um dia voltando de uma festa sua casa é assaltada, e os ladrões sem nenhum receio matam Patrícia, seu marido e seu filho.

32 – 201

Um comentário:

  1. Gostei muito da historia do texto, sobre o surto de Patricia e os ocorridos, adorei o conteúdo, nada a criticar ! 06 / 202

    ResponderExcluir