sexta-feira, 20 de setembro de 2013

A falsa assombração

Os irmãos Catarina e Damião haviam encontrado uma estranha e pequena porta na parede do porão mas sua mãe interrompeu a brincadeira chamando-os para se deitar... tiveram de conter a curiosidade para o dia seguinte. Quase não conseguiram dormir. Passava mil coisas pela cabeça de cada um, mas enfim pegaram no sono. No outro dia, chegando em casa depois da aula, foram direto ao porão... e descobriram que a porta não era comum, era feita de uma madeira diferente, mas isso não atrapalhou a curiosidade de Catarina e Damião, pois queriam saber o que havia por trás daquela porta. Procuraram então a chave para abri-la mas não conseguiram encontrar. Damião perguntou para Catarina como eles iam fazer para abrir a porta, então tiveram a ideia de pegar um ferro que estava no chão e forçaram a porta com ele. Demorou um pouquinho mas conseguiram. A expectativa dos irmãos era grande e seus olhinhos brilhavam de emoção pela aventura que estavam a compartilhar.
Já com a porta aberta perceberam que havia um quarto cheio de coisas antigas muito velhas, mas em bom estado de conservação. Foram olhando tudo e Damião logo se interessou por um livro de capa dura e muito colorida que estava no conto do quarto, pediu para Catarina ler o título para ele... ela então se espantou e leu o título: A FALSA ASSOMBRAÇÃO.
_ Mas o que seria isso? – Perguntou Damião espantado.
Os irmãos se sentaram e Catarina começou a ler o livro que não era de muitas páginas. A história começava assim:
Era uma vez um homem que se chamava José. Ele morava em uma cidadezinha do interior com sua esposa Filomena e dois filhos João e Mara. José era muito trabalhador, porém muito medroso. Para ir para seu serviço, ele tinha que caminhar em um trilho no meio da mata por cerca de uma hora. Na ida tudo bem pois o dia estava claro, mas na volta já estava noite e José ficava ressabiado de entrar mata adentro.
Seus colegas já sabiam do medo de José e viviam caçoando dele. Mas um belo dia estavam voltando para casa José e cerca de cinco amigos... já era umas sete horas da noite e a mata estava escura, quando de repente José olhou mais a frente e percebeu no meio do capim baixo que haviam olhos vermelhos com chifres no meio do capim. E José começou a gritar:
_ Olha a assombração, olha a assombração.
Os colegas de José começaram a rir falando que ele era medroso e covarde, pois se assustava à toa. Mas José continuou a dizer:
_ É verdade, olhem lá no meio do mato.
Quando os colegas de José olharam, ficaram assutados e três deles correram sem olhar para trás, gritando e rezando para todos os santos. Os outros dois não sabiam o que fazer até que um deles resolveu ver mais de perto o que era aquilo, enquanto José estava petrificado de medo sem se mexer do lugar. Um dos colegas começou a andar em encontro a tal assombração e de repente...
Catarina então deu uma pausa na leitura para dar uma esticada no corpo, Damião então logo disse:
_ Vamos Catarina, você parou no melhor da história. Vamos, vamos! Continue lendo para mim. Estou curioso para saber o que vai acontecer. – Catarina então deu um sorriso e começou a ler novamente.
Como a historia nos dizia, um dos colegas de José começou a chegar perto da tal assombração e percebeu que era um grupo de bois deitados no meio do capim. No meio a escuridão os olhos ficaram vermelhos e a sombra dos chifres fez parecer assombração. Quando ele viu que não era nada de assombração, começou a rir e zombar de seus colegas. Foram todos para casa. No dia seguinte, todos da redondeza sabiam da falsa assombração que José tinha visto e começaram mais uma vez a zombar dele, porém com uma diferença, ele não estava sozinho nesta, pois arrumou mais três amigos medrosos que ficaram conhecidos como carreirinhas, porque correram tanto que nem olharam para trás.
Ao lerem o fim da história, Catarina e Damião começaram a rir tanto que sua mãe ouviu lá de cima na sala da casa, e quis saber o que era tão engraçado. Então os irmãos contaram a história para a mãe que também gostou e não perdeu a oportunidade de falar para os filhos o valor de uma boa leitura.

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