sexta-feira, 20 de setembro de 2013

O tesouro da casa abandonada

A manhã de sábado começou diferente, helicópteros rondando aquela cidade tranquila e todos com cara de espanto, mas o dia estava normal pra Juliana e Carlos dois jovens amigos que ignoraram o que estava acontecendo para ficarem conversando, era o melhor passa tempo dos dois. Caminhando e jogando a conversa fora avistaram uma casa abandonada, com uma parte do muro derrubada. Essa casa era muito grande e com uma arquitetura muito antiga, ouviam-se relados sobre a casa, mas nenhum se confirmava, atraídos pela curiosidade Carlos teve a ideia de entrarem no lote e ver mais de perto o mistério da casa. Juliana no começo ficou com medo, mas Carlos com um sorriso que ela adorava o encorajou. Entrando ao lote ficaram surpresos como era muito grande, rondaram e viu que estava tudo fechado até que Carlos avistou uma janela grande com vidros empoeirados e com trincas superiores do lado de fora da casa, curiosos abriram e resolveram entrar. Juliana foi primeiro com a ajuda de Carlos – cuidado com a cabeça – diz ele. Logo após ele subiu, seus pés escorregaram e ele bateu a cabeça na parte superior da janela ,caindo ao chão e fechando-a.
_ Você esta bem? –perguntou Juliana
_ Ai! Estou sim - levantando-se e massageando a cabeça – mas estamos presos, precisamos achar uma saída.
_ Não solte minha mão-Disse ele agarrando a mão de Juliana que segurou com força.
A Casa estava empoeirada e escura só havia luz da janela que passava e mesmo assim não muito forte. Quando pisavam no chão sentia seus pés grudando de tanta sujeira, explorando a casa encontraram uma escada com algumas partes do corrimão corroída por cupins ,subiram inseguros, juliana não soltava da mão de Carlos, entraram em um quarto a procura de lanterna e acabaram encontrando um vela já usada e com alguns palitos de fosforo jogados ao seu lado, acenderam e viram que a casa estava cheia de teia de aranha, a porta do guarda-roupa estava aberta, havia alguns móveis cobertos por panos brancos. No quarto havia um retrato grande de uma moça com cabelo preto e curto, olhos arregalados e uma boca meio avermelhada, com casaco preto de veludo, eles chegaram mais perto:
_ É o retrato da dona Beth – disse a menina
_ Dona quem?
_ Dona Beth, uma velha doida que morava aqui no bairro, todos achavam que ela era uma bruxa – disse ela revirando os olhos caçoando- ela sempre vinha aqui nessa casa, mas ninguém nunca sabia o porquê e nem ousava perguntar, nunca ouviu falar dela?
_ Não – disse rápido em um tom meio assustado e rindo – o que ouvi com ela ?
_ Dizem que ela enlouqueceu, era uma senhora distinta, rica e gananciosa, e além de ser muito vaidosa, após ver que suas orelhas enormes e flácidas não suportaram seus delicados brincos de diamantes enlouqueceu.
_ Bem doida mesmo – em um tom caçoador – tem certeza que só enlouqueceu depois?! – disse rindo
Ela riu, ele adorava quando ela dava risadas de suas piadinhas, mesmo sendo a mais ridícula ,ele era encantado com seu sorriso e o jeito que mexia em seu cabelo. Ela olhou para o quadro e viu que tinha uma manchinha, foi limpa-lo deixando sem querer o retrato cair no chão, ela o olhou assustada e viu que atrás havia uma carta, mais precisamente um bilhete, ele o pegou e começou a ler “O meu maior tesouro está escondido no porão”. Eles se entreolharam. A procura de mais alguma escrita ele virou o bilhete em suas mãos
_ Um tesouro?! –perguntou ela espantada – que tipo de tesouro?! Será joia? Dinheiro?
_ Não sei – respondeu olhando fixamente para o bilhete – mas nós vamos descobrir
_ Mas nem sabemos onde é o porão! E nem o que vamos encontrar lá. E se essa mulher for realmente uma bruxa?!
_ Ahh não vai me dizer que acredita nisso ?!
_ Não sei, talvez, e também a vela esta acabando como vamos procurar no escuro?
_ Tem razão melhor voltarmos outro dia. Venha vamos procurar uma saída- e saiu a puxando pelo braço. Descendo a escada foram a procuram de uma saída, a casa estava toda fechada, nem janelas nem portas abertas, mas ele sentiu uma corrente de ar e foi em direção, viram uma porta e a abriram. Acharam o porão. Entreolharam-se um tempo e decidiram descer, a curiosidade do que encontrariam ali falava mais alto que o medo. Desceram e ela achou um padrão, Carlos com muito cuidado, pois alguns fios estavam a amostra, ligou a chave e assim ascenderam as luzes, esperançosos olhavam em volta e...
_ O que ? disse Carlos com raiva
_ Não tem nada – disse a menina surpresa
O porão estava vazio, só havia teias e mais teias de aranha por todo lado.
_ será que alguém já encontrou? – perguntou ele
_ e deixaria a carta no retrato?
_ talvez pra ninguém perceber
Ela parou e analisou – faz sentido, mas acho que não perdemos muito – disse ela tentando reconfortar o amigo indignado.
Eles ficaram parados olhando para o lugar vazio por alguns minutos, até que Carlos viu uma fresta na parede, curioso ele foi procurar alguma passagem na esperança de ser alguma parede falsa, ele olhou para trás a procura de alguma alavanca. Juliana sem entender nada se encostou à parede e sentiu a parede se virar com ela como uma roleta, levando para o outro lado. Carlos olhou de volta a sua procura e não a encontrou e começou a procurar por todo o porão
_ Ju? Ju cadê você? – e logo começou a pensar se aquela casa era mesmo de uma bruxa. Ele parou em um instante, respirou fundo e começou a pensar onde ela poderia estar, até que...
_ Carlos socorro estou com medo !
_ Ju??! Calma onde você está??- começou a olhar para todos o lados, não sabia o que estava acontecendo com ele, sentia um sentimento de perda e medo ao mesmo tempo mas quando ouviu sua voz era como se tudo estivesse no lugar novamente como se só a voz dela o reconfortasse
_ Estou aqui atrás. Carlos estou com medo...
_ Atrás onde??
_ Atrás da pared.. AAAH!!
_ JULIANA!
_ Atrás da parede onde você estava procurando alguma coisa
_ Como foi parar ai?!
_ Eu não sei, só encostei e de repente eu vim para esse lado
_ Tudo bem vou te tirar daí
_ Estou com medo, está muito escuro aqui!
_ Calma! – Carlos se lembrou de alguns palitos de fosforo que havia pegado caso a vela apagasse, pegou a vela e foi em direção à parede desesperado, encostou-se à parede e ela se virou com ele
_ Carlos?! – pergunto a menina ao choro
_ Calma Ju estou aqui com você agora – e em um abraço reconfortante e forte a segurou
Ele nunca havia á abraçado daquele jeito, sentiu algo estranho, como se estivesse protegida e nada nem ninguém poderia tirar daqueles braços fortes que a seguravam, ela o olhou por alguns segundos...
_Trouxe a vela- disse Carlos tirando do bolso os palitos – vamos acender e arrumar um jeito de sair daqui – riscando os fósforos no chão e acendendo-a.
Começaram a sair em meio ao túnel que havia encontrado, era um túnel não muito grande no começo, mas à medida que andava ele ia aumentando. Quando estavam andando escutaram um barulho, ficaram com medo mas a curiosidade como sempre falava mais alto, o som parecia com pessoas brigando e pisando fundo. Eles foram atrás do som com medo, e Juliana agarrou Carlos por trás e foram andando, em meio a curva avistaram dois homens que parecia demonstrar ser meio bobos. Eles viram os meninos, pararam e olharam fixamente para eles e com a lanterna iluminou seus rostos, com uma voz bem grossa perguntaram em toma ameaçador:
_ O que vieram fazer aqui? – foram avançando para eles, Carlos com medo logo tentou se defender “ Calma só estamos perdidos não viemos atrás do tesouro”
_ Que tesouro? – perguntou um deles. Juliana deu um beliscão em Carlos por ter aberto o bocão
_ é que tesouro? – continuou o outro
Carlos arrependido pelo o que disse engoliu em seco e tentou sair do assunto
_ Eu.. ée.. Tesouro.. claro que nã..não tem isso é s..só uma brinc..brincadeira – colocando a mão no bolso onde estava o bilhete
_ Fique onde está – disse bruscamente – me passe o que tem no bolso
_ Não tem nada
_ Mostre
_ Mas não tem..
_ MOSTRE, se não tem nada porque não pode mostrar – disse em um sorriso forçado
Carlos tirou devagarinho do bolso o bilhete. Ele o pegou bruscamente e encarou por um tempo. Chamou então se parceiro e o mostrou:
_ Esse tesouro pode nos ajudar
_ Acha que esta com eles?
_ Claro que está, não viu que o mané do garoto já deu com a língua nos dentes
_ E o que vamos fazer?
_ Vamos fazê-los de refém ate eles nos darem o tesouro, assim usaremos o tesouro para limparmos nosso nome
_ Boa Zeca – disse rindo
Zeca e seu parceiro João era conhecido na cidade por Zeca biscoiteiro e João da galinha. Zeca biscoiteiro era perito em furtar biscoitos, com técnicas muito avançadas surpreendia a todos nos seus furtos, dizem que alguns amigos dele apostaram que não conseguiria roubar uma pacote de biscoite maria, Zeca aceitou o desafio ,entrou no supermercado pegou o pacote de biscoito e com toda sua astucia escondeu e foi em direção a porta, o segurança suspeito o parou pra dar uma geral nessa hora todos os seus amigos vendo a cena logo pensou (ih o Zeca sobrou) mas o Zeca não mostrou preocupação o segurança deu a geral e não achou nada Zeca saiu e seus amigos ficaram intrigados logo depois ele chega com o pacote de biscoito maria oferecendo a todos, e os seus amigos suspeitos não comeram. João da galinha assassino a sangue em frio, além de matar comia as bichinha, foi preso em flagrante depois de ter roubado 22 galinhas de sua vizinha.
Zeca agarrou Carlos, Juliana foi para cima dele para ajudar seu amigo, mas João a segurou dando um golpe que a fez cair e ficar inconsciente por alguns minutos. Carlos ficou preocupado com a amiga e Zeca amarrou sua mão e o colocou ao seu lado.
Quando ela acordou estava amarrada junto a Carlos que parecia não ter mais paciência para aquilo:
_ Ju você esta bem?
_ Só um pouco dolorida. Porque estamos aqui?
_ Aqueles dois paspalhos acham que estamos ou que sabemos do tesouro – disse estressado
_ E pra que você foi falar? – disse irritada
_Foi o que eu pensei na hora, pensei que estavam atrás do tesouro e deixariam a gente sair – disse um pouco irritado e culpado
_ Agora que você falou já era. Já deve ser tarde será que alguém sentiu nossa falta?
_ Não sei, se tivessem já teriam mandando alguém a nossa procura
Juliana fez uma cara de triste e arrependida, e ele notou.
_ Olha ju desculpa eu coloquei a gente nessa, mas nós entramos aqui por acaso e vamos sair , eu vou estar com você
Ela sentiu algo diferente ao olhar para o amigo, já não sabia se o sentimento que estava sentindo era mesmo de amigo, olhando para aqueles olhos castanhos escuros, e pela primeira vez ela não estava com medo..
_ Espera! Está vendo aquilo na parede – disse apontando com a lanterna para o local
_ Não o que?
_ Parece uma maçaneta
Zeca e João ficaram encarando os dois
_ Anda me ajuda a levantar – disse ela fazendo força para subir
_ É uma porta – disse Carlos animado
Zeca biscoiteiro foi correndo em direção
_ Será que o tesouro está ai?
_ Ou será que é uma saída – disse Ju animada
_ O único jeito de saber é abrindo
Zeca tentou abrir mas estava trancada. João da galinha acostumado a pular muros e arrombar galinheiros, tentou arrombar e com muito esforço conseguiu. Quando abriram tiveram uma surpresa, era uma sala cheia de livros, uma biblioteca, Juliana ficou encantada, acharam duas lamparinas e a ligaram, as prateleiras estavam todas empoeiradas, alguns livros rasgados e mofados com o tempo, outros estavam amassados e a porta só abria por fora.
_ Será que o tesouro está aqui? – perguntou Zeca
_ Deve estar atrás desses negócios _- disse João mexendo nos livros
_ Vocês são burros? O maior tesouro dela é a sapiência!
_ É isso da pra vender? – Perguntou Zeca. Carlos deu uma risadinha
_ Nãao – disse Juliana revirando os olhos – sapiência quer dizer sabedoria – enquanto Ju falava Carlos tentava se soltar – então o maior tesouro dela é a sabedoria, pois ninguém conseguiria roubar.
_ Então quer dizer que o maior tesouro dela é isso? – Disse João com um livro de contos de fadas na mão debochando
_ Sim, a sabedoria é a maior riqueza que alguém poderia ter...
_ Blá, blá, blá, não tinha lugar melhor pra fugir da polícia não Zeca ?!
Carlos conseguiu soltá-los sem eles perceberem e cochichou com Ju
_ precisamos sair daqui
_ como?
_ vamos fugir e prender os dois na biblioteca e chamamos a polícia
_ será que vai dar certo?
_ confie em mim – disse Carlos com aquele sorriso
_ Venha vamos sair dessa bobeira, pra mim iriamos encontrar algum tesouro de verdade
_ Acho que deveria ficar afinal é deste tesouro que precisam – disse Juliana murmurando
Zeca ouviu e estava indo em sua direção, quando Carlos gritou
_ Aquilo não é uma Joia?
Os dois se viraram rapidamente. Carlos puxou Ju e fecharam a porta e saíram correndo em meio a tanto desespero nem se preocuparam com o caminho, chegando ao porão subiram a escada correndo e tentou achar alguma saída, Juliana então teve a ideia de quebrar a janela com uma cadeira. Carlos pegou uma cadeira socou na janela e Nada! Mais uma vez e Nada! Na terceira tentativa conseguiram, pularam a janela e saíram do lote e foram em direção a algum policial. Cansados e com a respiração ofegante foram falar com o policial explicaram todo o ocorrido e os deram as instruções para encontrar Zeca biscoiteiro e João da galinha. Depois que tudo acabou o policial foi falar com eles
_ Parabéns meninos! – apertando suas mãos vocês dão uma bela dupla, prenderam os ladrões e ainda recuperaram o tesouro de Beth.
_ Os livros? – perguntou Carlos
_ Também, mas o mais importante o conteúdo. – o policial mostrou um par de brincos de diamantes – Dona Beth enlouqueceu e acabou se esquecendo onde o guardou
_ Mas e o bilhete?
_ ah sim! Ela o colocou para se lembrar mas faleceu antes mesmo de pegar, ela morreu falando neles e nenhum filho o encontrou
_ Cada louco com sua mania – disse debochando
Juliana deu o sorriso que Carlos adorava. Parou e a ficou encarando
_ Sabia que eu adoro esse seu sorriso?! E o jeito como mexe no cabelo, fiquei com medo de perde-la lá na casa, perder minha amiga a única que quando estou triste me faz rir, a única que rir das minhas piadas, não sei o que seria de mim sem você.
Juliana ficou assustada com a declaração do amigo não sabia o que fazer, pois ela sentia o mesmo, adorava quando ele a olhava daquele jeito, quando a fazia rir a única reação que teve foi abraça-lo e dizer “você nunca vai me perder” e no silencio de um olhar os dois já sabia o que cada um sentia...

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Um comentário:

  1. Parábens, o melhor texto que eu li.
    Gustavo Costa N:12 Turma:203

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