A manhã
de sábado começou diferente, helicópteros rondando aquela cidade
tranquila e todos com cara de espanto, mas o dia estava normal pra
Juliana e Carlos dois jovens amigos que ignoraram o que estava
acontecendo para ficarem conversando, era o melhor passa tempo dos
dois. Caminhando e jogando a conversa fora avistaram uma casa
abandonada, com uma parte do muro derrubada. Essa casa era muito
grande e com uma arquitetura muito antiga, ouviam-se relados sobre a
casa, mas nenhum se confirmava, atraídos pela curiosidade Carlos
teve a ideia de entrarem no lote e ver mais de perto o mistério da
casa. Juliana no começo ficou com medo, mas Carlos com um sorriso
que ela adorava o encorajou. Entrando ao lote ficaram surpresos como
era muito grande, rondaram e viu que estava tudo fechado até que
Carlos avistou uma janela grande com vidros empoeirados e com trincas
superiores do lado de fora da casa, curiosos abriram e resolveram
entrar. Juliana foi primeiro com a ajuda de Carlos – cuidado com a
cabeça – diz ele. Logo após ele subiu, seus pés escorregaram e
ele bateu a cabeça na parte superior da janela ,caindo ao chão e
fechando-a.
_ Você esta bem?
–perguntou Juliana
_ Ai! Estou sim -
levantando-se e massageando a cabeça – mas estamos presos,
precisamos achar uma saída.
_ Não solte minha
mão-Disse ele agarrando a mão de Juliana que segurou com força.
A Casa estava empoeirada
e escura só havia luz da janela que passava e mesmo assim não muito
forte. Quando pisavam no chão sentia seus pés grudando de tanta
sujeira, explorando a casa encontraram uma escada com algumas partes
do corrimão corroída por cupins ,subiram inseguros, juliana não
soltava da mão de Carlos, entraram em um quarto a procura de
lanterna e acabaram encontrando um vela já usada e com alguns
palitos de fosforo jogados ao seu lado, acenderam e viram que a casa
estava cheia de teia de aranha, a porta do guarda-roupa estava
aberta, havia alguns móveis cobertos por panos brancos. No quarto
havia um retrato grande de uma moça com cabelo preto e curto, olhos
arregalados e uma boca meio avermelhada, com casaco preto de veludo,
eles chegaram mais perto:
_ É o retrato da dona
Beth – disse a menina
_ Dona quem?
_ Dona Beth, uma velha
doida que morava aqui no bairro, todos achavam que ela era uma bruxa
– disse ela revirando os olhos caçoando- ela sempre vinha aqui
nessa casa, mas ninguém nunca sabia o porquê e nem ousava
perguntar, nunca ouviu falar dela?
_ Não – disse rápido
em um tom meio assustado e rindo – o que ouvi com ela ?
_ Dizem que ela
enlouqueceu, era uma senhora distinta, rica e gananciosa, e além de
ser muito vaidosa, após ver que suas orelhas enormes e flácidas não
suportaram seus delicados brincos de diamantes enlouqueceu.
_ Bem doida mesmo – em
um tom caçoador – tem certeza que só enlouqueceu depois?! –
disse rindo
Ela riu, ele adorava
quando ela dava risadas de suas piadinhas, mesmo sendo a mais
ridícula ,ele era encantado com seu sorriso e o jeito que mexia em
seu cabelo. Ela olhou para o quadro e viu que tinha uma manchinha,
foi limpa-lo deixando sem querer o retrato cair no chão, ela o olhou
assustada e viu que atrás havia uma carta, mais precisamente um
bilhete, ele o pegou e começou a ler “O meu maior tesouro está
escondido no porão”. Eles se entreolharam. A procura de mais
alguma escrita ele virou o bilhete em suas mãos
_ Um tesouro?! –perguntou
ela espantada – que tipo de tesouro?! Será joia? Dinheiro?
_ Não sei – respondeu
olhando fixamente para o bilhete – mas nós vamos descobrir
_ Mas nem sabemos onde é
o porão! E nem o que vamos encontrar lá. E se essa mulher for
realmente uma bruxa?!
_ Ahh não vai me dizer
que acredita nisso ?!
_ Não sei, talvez, e
também a vela esta acabando como vamos procurar no escuro?
_ Tem razão melhor
voltarmos outro dia. Venha vamos procurar uma saída- e saiu a
puxando pelo braço. Descendo a escada foram a procuram de uma saída,
a casa estava toda fechada, nem janelas nem portas abertas, mas ele
sentiu uma corrente de ar e foi em direção, viram uma porta e a
abriram. Acharam o porão. Entreolharam-se um tempo e decidiram
descer, a curiosidade do que encontrariam ali falava mais alto que o
medo. Desceram e ela achou um padrão, Carlos com muito cuidado, pois
alguns fios estavam a amostra, ligou a chave e assim ascenderam as
luzes, esperançosos olhavam em volta e...
_ O que ? disse Carlos
com raiva
_ Não tem nada – disse
a menina surpresa
O porão estava vazio, só
havia teias e mais teias de aranha por todo lado.
_ será que alguém já
encontrou? – perguntou ele
_ e deixaria a carta no
retrato?
_ talvez pra ninguém
perceber
Ela parou e analisou –
faz sentido, mas acho que não perdemos muito – disse ela tentando
reconfortar o amigo indignado.
Eles ficaram parados
olhando para o lugar vazio por alguns minutos, até que Carlos viu
uma fresta na parede, curioso ele foi procurar alguma passagem na
esperança de ser alguma parede falsa, ele olhou para trás a procura
de alguma alavanca. Juliana sem entender nada se encostou à parede e
sentiu a parede se virar com ela como uma roleta, levando para o
outro lado. Carlos olhou de volta a sua procura e não a encontrou e
começou a procurar por todo o porão
_ Ju? Ju cadê você? –
e logo começou a pensar se aquela casa era mesmo de uma bruxa. Ele
parou em um instante, respirou fundo e começou a pensar onde ela
poderia estar, até que...
_ Carlos socorro estou
com medo !
_ Ju??! Calma onde você
está??- começou a olhar para todos o lados, não sabia o que
estava acontecendo com ele, sentia um sentimento de perda e medo ao
mesmo tempo mas quando ouviu sua voz era como se tudo estivesse no
lugar novamente como se só a voz dela o reconfortasse
_ Estou aqui atrás.
Carlos estou com medo...
_ Atrás onde??
_ Atrás da pared..
AAAH!!
_ JULIANA!
_ Atrás da parede onde
você estava procurando alguma coisa
_ Como foi parar ai?!
_ Eu não sei, só
encostei e de repente eu vim para esse lado
_ Tudo bem vou te tirar
daí
_ Estou com medo, está
muito escuro aqui!
_ Calma! – Carlos se
lembrou de alguns palitos de fosforo que havia pegado caso a vela
apagasse, pegou a vela e foi em direção à parede desesperado,
encostou-se à parede e ela se virou com ele
_ Carlos?! – pergunto a
menina ao choro
_ Calma Ju estou aqui com
você agora – e em um abraço reconfortante e forte a segurou
Ele nunca havia á
abraçado daquele jeito, sentiu algo estranho, como se estivesse
protegida e nada nem ninguém poderia tirar daqueles braços fortes
que a seguravam, ela o olhou por alguns segundos...
_Trouxe a vela- disse
Carlos tirando do bolso os palitos – vamos acender e arrumar um
jeito de sair daqui – riscando os fósforos no chão e
acendendo-a.
Começaram a sair em meio
ao túnel que havia encontrado, era um túnel não muito grande no
começo, mas à medida que andava ele ia aumentando. Quando estavam
andando escutaram um barulho, ficaram com medo mas a curiosidade como
sempre falava mais alto, o som parecia com pessoas brigando e pisando
fundo. Eles foram atrás do som com medo, e Juliana agarrou Carlos
por trás e foram andando, em meio a curva avistaram dois homens que
parecia demonstrar ser meio bobos. Eles viram os meninos, pararam e
olharam fixamente para eles e com a lanterna iluminou seus rostos,
com uma voz bem grossa perguntaram em toma ameaçador:
_ O que vieram fazer
aqui? – foram avançando para eles, Carlos com medo logo tentou se
defender “ Calma só estamos perdidos não viemos atrás do
tesouro”
_ Que tesouro? –
perguntou um deles. Juliana deu um beliscão em Carlos por ter aberto
o bocão
_ é que tesouro? –
continuou o outro
Carlos arrependido pelo o
que disse engoliu em seco e tentou sair do assunto
_ Eu.. ée.. Tesouro..
claro que nã..não tem isso é s..só uma brinc..brincadeira –
colocando a mão no bolso onde estava o bilhete
_ Fique onde está –
disse bruscamente – me passe o que tem no bolso
_ Não tem nada
_ Mostre
_ Mas não tem..
_ MOSTRE, se não tem
nada porque não pode mostrar – disse em um sorriso forçado
Carlos tirou devagarinho
do bolso o bilhete. Ele o pegou bruscamente e encarou por um tempo.
Chamou então se parceiro e o mostrou:
_ Esse tesouro pode nos
ajudar
_ Acha que esta com eles?
_ Claro que está, não
viu que o mané do garoto já deu com a língua nos dentes
_ E o que vamos fazer?
_ Vamos fazê-los de
refém ate eles nos darem o tesouro, assim usaremos o tesouro para
limparmos nosso nome
_ Boa Zeca – disse
rindo
Zeca e seu parceiro João
era conhecido na cidade por Zeca biscoiteiro e João da galinha. Zeca
biscoiteiro era perito em furtar biscoitos, com técnicas muito
avançadas surpreendia a todos nos seus furtos, dizem que alguns
amigos dele apostaram que não conseguiria roubar uma pacote de
biscoite maria, Zeca aceitou o desafio ,entrou no supermercado pegou
o pacote de biscoito e com toda sua astucia escondeu e foi em direção
a porta, o segurança suspeito o parou pra dar uma geral nessa hora
todos os seus amigos vendo a cena logo pensou (ih o Zeca sobrou) mas
o Zeca não mostrou preocupação o segurança deu a geral e não
achou nada Zeca saiu e seus amigos ficaram intrigados logo depois ele
chega com o pacote de biscoito maria oferecendo a todos, e os seus
amigos suspeitos não comeram. João da galinha
assassino a sangue em frio, além de matar comia as bichinha, foi
preso em flagrante depois de ter roubado 22 galinhas de sua vizinha.
Zeca agarrou Carlos,
Juliana foi para cima dele para ajudar seu amigo, mas João a segurou
dando um golpe que a fez cair e ficar inconsciente por alguns
minutos. Carlos ficou preocupado com a amiga e Zeca amarrou sua mão
e o colocou ao seu lado.
Quando ela acordou estava
amarrada junto a Carlos que parecia não ter mais paciência para
aquilo:
_ Ju você esta bem?
_ Só um pouco dolorida.
Porque estamos aqui?
_ Aqueles dois paspalhos
acham que estamos ou que sabemos do tesouro – disse estressado
_ E pra que você foi
falar? – disse irritada
_Foi o que eu pensei na
hora, pensei que estavam atrás do tesouro e deixariam a gente sair –
disse um pouco irritado e culpado
_ Agora que você falou
já era. Já deve ser tarde será que alguém sentiu nossa falta?
_ Não sei, se tivessem
já teriam mandando alguém a nossa procura
Juliana fez uma cara de
triste e arrependida, e ele notou.
_ Olha ju desculpa eu
coloquei a gente nessa, mas nós entramos aqui por acaso e vamos sair
, eu vou estar com você
Ela sentiu algo diferente
ao olhar para o amigo, já não sabia se o sentimento que estava
sentindo era mesmo de amigo, olhando para aqueles olhos castanhos
escuros, e pela primeira vez ela não estava com medo..
_ Espera! Está vendo
aquilo na parede – disse apontando com a lanterna para o local
_ Não o que?
_ Parece uma maçaneta
Zeca e João ficaram
encarando os dois
_ Anda me ajuda a
levantar – disse ela fazendo força para subir
_ É uma porta – disse
Carlos animado
Zeca biscoiteiro foi
correndo em direção
_ Será que o tesouro
está ai?
_ Ou será que é uma
saída – disse Ju animada
_ O único jeito de saber
é abrindo
Zeca tentou abrir mas
estava trancada. João da galinha acostumado a pular muros e arrombar
galinheiros, tentou arrombar e com muito esforço conseguiu. Quando
abriram tiveram uma surpresa, era uma sala cheia de livros, uma
biblioteca, Juliana ficou encantada, acharam duas lamparinas e a
ligaram, as prateleiras estavam todas empoeiradas, alguns livros
rasgados e mofados com o tempo, outros estavam amassados e a porta só
abria por fora.
_ Será que o tesouro
está aqui? – perguntou Zeca
_ Deve estar atrás
desses negócios _- disse João mexendo nos livros
_ Vocês são burros? O
maior tesouro dela é a sapiência!
_ É isso da pra vender?
– Perguntou Zeca. Carlos deu uma risadinha
_ Nãao – disse Juliana
revirando os olhos – sapiência quer dizer sabedoria – enquanto
Ju falava Carlos tentava se soltar – então o maior tesouro dela é
a sabedoria, pois ninguém conseguiria roubar.
_ Então quer dizer que o
maior tesouro dela é isso? – Disse João com um livro de contos de
fadas na mão debochando
_ Sim, a sabedoria é a
maior riqueza que alguém poderia ter...
_ Blá, blá, blá, não
tinha lugar melhor pra fugir da polícia não Zeca ?!
Carlos conseguiu
soltá-los sem eles perceberem e cochichou com Ju
_ precisamos sair daqui
_ como?
_ vamos fugir e prender
os dois na biblioteca e chamamos a polícia
_ será que vai dar
certo?
_ confie em mim – disse
Carlos com aquele sorriso
_ Venha vamos sair dessa
bobeira, pra mim iriamos encontrar algum tesouro de verdade
_ Acho que deveria ficar
afinal é deste tesouro que precisam – disse Juliana murmurando
Zeca ouviu e estava indo
em sua direção, quando Carlos gritou
_ Aquilo não é uma
Joia?
Os dois se viraram
rapidamente. Carlos puxou Ju e fecharam a porta e saíram correndo em
meio a tanto desespero nem se preocuparam com o caminho, chegando ao
porão subiram a escada correndo e tentou achar alguma saída,
Juliana então teve a ideia de quebrar a janela com uma cadeira.
Carlos pegou uma cadeira socou na janela e Nada! Mais uma vez e Nada!
Na terceira tentativa conseguiram, pularam a janela e saíram do lote
e foram em direção a algum policial. Cansados e com a respiração
ofegante foram falar com o policial explicaram todo o ocorrido e os
deram as instruções para encontrar Zeca biscoiteiro e João da
galinha. Depois que tudo acabou o policial foi falar com eles
_ Parabéns meninos! –
apertando suas mãos vocês dão uma bela dupla, prenderam os ladrões
e ainda recuperaram o tesouro de Beth.
_ Os livros? –
perguntou Carlos
_ Também, mas o mais
importante o conteúdo. – o policial mostrou um par de brincos de
diamantes – Dona Beth enlouqueceu e acabou se esquecendo onde o
guardou
_ Mas e o bilhete?
_ ah sim! Ela o colocou
para se lembrar mas faleceu antes mesmo de pegar, ela morreu falando
neles e nenhum filho o encontrou
_ Cada louco com sua
mania – disse debochando
Juliana deu o sorriso que
Carlos adorava. Parou e a ficou encarando
_ Sabia que eu adoro esse
seu sorriso?! E o jeito como mexe no cabelo, fiquei com medo de
perde-la lá na casa, perder minha amiga a única que quando estou
triste me faz rir, a única que rir das minhas piadas, não sei o que
seria de mim sem você.
Juliana ficou assustada
com a declaração do amigo não sabia o que fazer, pois ela sentia o
mesmo, adorava quando ele a olhava daquele jeito, quando a fazia rir
a única reação que teve foi abraça-lo e dizer “você nunca vai
me perder” e no silencio de um olhar os dois já sabia o que cada
um sentia...
34 – 202
Parábens, o melhor texto que eu li.
ResponderExcluirGustavo Costa N:12 Turma:203